Príncipe Mecânico por Cassandra Clare

Original: Clockwork Prince
Autora: Cassandra Clara
Tradutora: Rita Sussekind
Editora: Galera Record
Páginas: 406
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Anjo Mecânico

Tessa Gray não está sonhando. Nada do que aconteceu desde que saiu de Nova York para Londres — ser sequestrada pelas Irmãs Sombrias, perseguida por um exército mecânico, ser traída pelo próprio irmão e se apaixonar pela pessoa errada — foi fruto de sua imaginação. Mas talvez Tessa Gray, como ela mesma se reconhece, nem sequer exista. O Magistrado garante que ela não passa de uma invenção. Para entender o próprio passado e ter alguma chance de projetar seu futuro, primeiro Tessa precisa entender quem criou Axel Mortmain, também conhecido como Príncipe Mecânico.

É incrível como quando você pensa que uma coisa já atingiu seu nível máximo e isso te surpreende; foi o que aconteceu quando terminei de ler Príncipe Mecânico, eu achava impossível que Cassandra fizesse algo que chegasse ao nível que Anjo Mecânico chegou, pois 1) o primeiro livro foi íncrível, inacreditável; e 2) é bem comum o segundo livro ter uma qualidade inferior, mas Cassie quebrou os tabus e fez com que a sequência fosse tão boa quanto o início.

Depois de ter decidido ficar pelo Instituto, Tessa Gray continua confusa sobre suas origens, seus poderes e seu coração, mas a resposta para todas suas dúvidas parecem estar vindo à tona. William está a ignorando, e mesmo tendo Jem sempre ao seu lado, sua mente nunca se afasta do Herondale e de sua relação.

Mas a história de Príncipe Mecânico está bem além dos conflitos pessoais de Tessa, estão duvidando da capacidade de Charlotte de cuidar do Instituto por conta de ela ser uma mulher, o Cônsul Wayland promoveu uma reunião com a Enclave e nesta é decidido que se ela não conseguir encontrar o Magistrado em até duas semanas deverá passar a liderança do Instituto para Benedict Lightwood, que exala desconfiança.

"Segredos e mentiras, Tessa, são como um câncer na alma. Corroem o que é bom e deixam apenas destruição."

Neste segundo volume temos uma perspectiva bem mais detalhada dos sentimentos das persongens, conhecemos todos - principalmente Will - bem mais profundamente e o enredo pareceu até mais sombrio que o anterior. Outra coisas que Clare explorou bem mais nesse livro que em Anjo Mecânico foi o romance, em Príncipe Mecânico as coisas estão bem mais quentes e até tive vontade de dar um toque para que Tessa se decidisse logo. 

A narrativa é muito boa, assim como em todos os outros livros da Cassandra, bem detalhada e envolvente, os cenários estão incríveis. Para quem não sabe a série As Peças Infernais se passa em Londres em 1878, portanto é tudo bem diferente da nossa realidade, desde as roupas até a forma com que os personagens interagem, a autora soube, mais uma vez, lidar muito bem com essas diferenças.

Enfim, o livro chega ao mesmo nível de Anjo Mecânico, com muito mais romance, sentimento e um pouco menos de ação. Adorei ler este livro e, portanto, continuo recomendando a série e os outros livros da Cassandra Clare.

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