Crítica de Cinema: Os Miseráveis
sábado, fevereiro 09, 2013
Resenha por Thales Américo
Uma coisa é certa: ganhar uma das categorias principais no Oscar abre grandes portas. Ganhar quatro delas (Filme, Direção, Ator e Roteiro Original) abre maiores ainda. “O Discurso do Rei” não era lá o que se dizia e todo o cacife que ele ganhou se torna questionável quando o assiste. Um filme que desde o início já se sabia do final, nada de mirabolante ou arrebatador. É mais duvidoso ainda elegerem ele para todas essas categorias, principalmente para “Melhor Filme” vencendo “Cisne Negro” (o merecedor), “Bravura Indômita” (excelente embora fosse um remake) e até “A Origem” (não o melhor do Nolan, mas impactante). Com esse respeito, Tom Hooper conquistou uma boa atenção do público e da crítica e sua visão d’Os Miseráveis estava sendo bem ansiada.
A história conta a jornada de Jean Valjean, um homem pobre que foi preso por roubar para sobreviver, que quando solto, promete a uma jovem em seu leito que cuidará de sua filha, Cosette. Ao mesmo tempo em que a protege, Valjean foge de Javert, um inspetor que quer pegá-lo a todo custo.
Geralmente os musicais seguem um padrão: Os atores estão atuando normalmente até que alguma música tenha que ser cantada. O playback é posto por cima e assim segue o número. Depois para a música, como uma pausa para o espectador que não aprecia tanto o gênero assim, e a história continua sendo contada normalmente até que tenha outro espetáculo. “Os Miseráveis” é um espetáculo inteiro. Isso significa que todo diálogo nele é cantado, não há pausas ou interações sem música.
Hooper dá a maior novidade ao gênero no modo de filmar. Na hora de algum ator cantar sozinho, a câmera encara o ator em pouquíssima distância, dando a cara dele ao abate, sem nenhuma defesa da lente, tendo que realmente atuar. Realmente funciona. Quando o número musical consiste no coletivo, a câmera mostra cenários imensos, completamente imundos (assim como a sociedade que neles vivem), retratando a França do Séc. XIX com muita competência. Juntamente disso, as músicas são cantadas na hora, sem playback, tirando toda a artificialidade que os musicais costumam ter. Isso tira performances dos atores que eles não teriam se tivessem cantado separadamente.
Mas por mais que tudo isso funcione no início (mesmo sendo corrido, com mil coisas acontecendo em apenas 25 minutos), conforme os personagens cheios de melancolias e interpretados pelos atores super inspirados vão tomando seus rumos, tudo vai ficando muito chato. Os closes vão ficando repetitivos e as situações se estendendo mais do que deviam com os números musicais não só ficando alongados e tediosos como também não permitindo que o espectador tenha a devida emoção que a situação dos personagens sugere.
Tem, sim, uns dois ou três bons momentos que despertam certa comoção, mas não é o bastante para ter que aguentar quase três horas brigando com unhas e dentes contra o sono.
A história conta a jornada de Jean Valjean, um homem pobre que foi preso por roubar para sobreviver, que quando solto, promete a uma jovem em seu leito que cuidará de sua filha, Cosette. Ao mesmo tempo em que a protege, Valjean foge de Javert, um inspetor que quer pegá-lo a todo custo.
Geralmente os musicais seguem um padrão: Os atores estão atuando normalmente até que alguma música tenha que ser cantada. O playback é posto por cima e assim segue o número. Depois para a música, como uma pausa para o espectador que não aprecia tanto o gênero assim, e a história continua sendo contada normalmente até que tenha outro espetáculo. “Os Miseráveis” é um espetáculo inteiro. Isso significa que todo diálogo nele é cantado, não há pausas ou interações sem música.
Hooper dá a maior novidade ao gênero no modo de filmar. Na hora de algum ator cantar sozinho, a câmera encara o ator em pouquíssima distância, dando a cara dele ao abate, sem nenhuma defesa da lente, tendo que realmente atuar. Realmente funciona. Quando o número musical consiste no coletivo, a câmera mostra cenários imensos, completamente imundos (assim como a sociedade que neles vivem), retratando a França do Séc. XIX com muita competência. Juntamente disso, as músicas são cantadas na hora, sem playback, tirando toda a artificialidade que os musicais costumam ter. Isso tira performances dos atores que eles não teriam se tivessem cantado separadamente.
Mas por mais que tudo isso funcione no início (mesmo sendo corrido, com mil coisas acontecendo em apenas 25 minutos), conforme os personagens cheios de melancolias e interpretados pelos atores super inspirados vão tomando seus rumos, tudo vai ficando muito chato. Os closes vão ficando repetitivos e as situações se estendendo mais do que deviam com os números musicais não só ficando alongados e tediosos como também não permitindo que o espectador tenha a devida emoção que a situação dos personagens sugere.
Tem, sim, uns dois ou três bons momentos que despertam certa comoção, mas não é o bastante para ter que aguentar quase três horas brigando com unhas e dentes contra o sono.
Original: Les Misérables
Lançamento: 2012 - EUA; 2013 - Brasil
Direção: Tom Hooper
Elenco: Hugh Jackman, Russel Crowe, Anne Hathaway, Amanda Seyfried, Helena Bonham Carter, Sacha Baron Cohen
Duração: 157 minutos
Gênero: Musical
Classificação: 10 anos
16 comentários:
Quero muito assistir esse filme, depois que ele foi indicado ao Oscar, me deu uma motivação a mais para assistir.
Que pena que vc não gostou, vou dar uma chance.
Abraços,
Gustavo Valim
Jantando Livros
http://jantandolivros.blogspot.com.br/
Eu não sou tão fã de musicais mas estava ansiosa para assistir esse. Mas gosto de filmes cativantes. Senão me conquista logo no começo eu durmo mesmo haha.
Agora fiquei na dúvida se tento assistir ou não este filme.
Beijinhos,
Thais Priscilla
http://thaypriscilla.blogspot.com.br
Oie :)
Eu ia ver esse filme no cinema hoje mais fiquei meio em dúvida não gosto muito de musicais e pensei que seria pouco cantado , mais como você disse que é o filme inteiro cantado desanimei :( Abraços e Beijos !
http://euvivolendo.blogspot.com.br/ ( comenta lá :D )
Tô louca pra ver esse filme!
maravilhosomundodetinta.blogspot.com.br
Oi Thales, adorei a resenha.
Ainda não vi Lés Mis, mas quero muito assistir, porque faço teatro e amo musicais :3 Já fiz 2, e em um deles cantei ao vivo *-*. Não é só nesse filme que tem isso. A peça Cats também é totalmente cantada, isso é até uma coisa comum. E o fato de eles cantarem ao vivo é mágico, porque resgata a essência dos antigos musicas da MGM :3
Abraços, Gengiscan Pereira.
www.booksformenow.com
Nossa, eu simplesmente amei o filme. Achei sensacional.
Quando fui assistí-lo, não sabia que todos os diálogos eram cantados e, no começo, pensei que fosse detestar. Mas depois que me acostumei com isso, achei o filme belíssimo. É muito emocionante, principalmente as cenas com a Anne Hathaway. Foi tão bom que as 3 horas de filme passaram voando. Na sessão que assisti, a plateia até aplaudiu no final.
Mas gosto é gosto. De qualquer forma, acho que vale a pena assistir e cada um tirar suas conclusões. :)
Sou bastante fã de musical e também adoro romances históricos, portanto, acho que se eu não gostar de Os Miseráveis, terá alguma coisa errada... Sem falar no elenco... Irei assistir o filme nessa quarta feira e volto aqui pra falar o que achei.
Abraços,
Lucas
http://literaturalmenteliteral.blogspot.com.br/
Que pena que você não gostou... Ao contrário de você, achei o filme lindo, emocionante e nada tedioso. Nem percebi a hora passar. Ele foi o único filme que assisti até hoje que conseguiu me emocionar a ponto de tirar lágrimas dos meus olhos. Achei digna a atuação de Anne Hathaway, Hugh Jackman e Russel Crowe, e o fato deles terem cantado ao vivo foi maravilhoso. Também gostei de ser apenas cantado, deixou o filme diferente, acho que se tivesse diálogos não seria tão especial. E uma atuação que prendeu minha atenção foi do garoto que interpretou Gavroche, ele realmente me emocionou...
Enfim, respeito sua opinião :)
Beijos!
http://desajeitadasamadoras.blogspot.com.br/
Não sou fã de musicais e, sinceramente, não sei se assistiria essa produção. Mas a maioria sempre fala super bem, então darei uma chance :)
Mas acho que terei que lutar contra o sono também, haha.
João Victor, Amigo do Livro
http://amigodolivro.blogspot.com.br/
Eu gosto muito de musicais, e queria muito ver esse filme, mas fiquei meio desanimada.
Eu já assisti a filmes de Os Miseráveis e agora estou aguardando este para mais uma vez, ver a história na telona. amo a história e não me canso de assistir, uma vez que já li o livro.
Ja assisti vários musicais, mas "Os miseráveis" me chamou bastante atenção pq o personagem central tem o mesmo nome eu eu :3 e que ele é um musical constante, esperando bastante para ir ver \õ/
assisti e gostei mas ao longo do filme é mesmo meio chato, pois ate para ler uma carta e em leitos de morte os atores cantam ,mais é bem legal eu vi e gostei espero q gostem :)
Quero muito assistir esse filme. Já li uma versão reduzida do livro pro colégio, e acho a história bem interessante.
significa que todo diálogo nele é cantado, não há pausas ou interações sem música.
Isso me deixa angustiado.
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