Crítica de Cinema: Dezesseis Luas

Sonhos estranhos, uma garota nova e mistérios. Dezesseis Luas é um ótimo filme, porém uma péssima adaptação.

Richard LaGravanese é um diretor bem conhecido pelo seu trabalho exemplar no filme "Escritores da Liberdade" (2006), e pela adaptação de arrancar lágrimas "P. S. Eu Te Amo" (2007), ele foi o escolhido para trazer às telonas o livro de Kami Garcia e Marget Stohl, uma das atuais apostas jovens adultas. Seu trabalho como diretor foi respeitável, porém ao comparar o filme ao livro pode-se perceber que o roteiro (que também foi escrito por ele) poderia ter sido mais explorado, muito mais. 

A cidade é Gatlin, o protagonista é Ethan Wate e o enredo é sobre uma garota que chega a esta cidade e conhece tal protagonista, mas ela pode estar escondendo sérios segredos, tais que o simples fato de conhecer o garoto pode mudar drásticamente a vida dele. Logo a garota revela ser Lena e também põe à vista o que antes era um segredo: ela é uma conjuradora, mesmo sabendo muito bem que pode estar metido em uma profunda encrenca Ethan não consegue se afastar dela, até mesmo porque ele sonhava com Lena antes mesmo de conhecê-la, mas a ligação entre os dois é muito mais profunda do que simples sonhos...

Voltemos ao início do filme, depois de sonhar com uma misteriosa garota Ethan se levanta e parte para uma caminhada, ao se aproximar de uma grande àrvore ele se depara com um objeto brilhante em meio à lama, ao pegá-lo percebe se tratar de um colar, é este artefato que faz que a ligação entre os dois fique muito mais forte, e é ele que trás todo mistério e profundidade ao filme. A forte ligação entre os dois, antes citada, acontece aí: Ethan decide dar o colar para a garota e no momento em que os dois tocam o objeto eles são enviados para outra década e presenciam momentos entre seus antepassados, e quem diria que são as maldições dos tempos anteriores que definirão o presente.

Não entendo o que levou LaGravanese decidir fazer tantas mudanças, talvez a complexa história passada no livro não caberia em um filme de duas horas e meia, porém não foram detalhes que foram mudados ou cortados, Richard mudou coisas muito notáveis como a ordem dos fatos, as atitudes dos personagens e até mesmo o final do longa, e tais mudanças foram o que me fizeram não curtir o filme como eu curtiria caso ele tivesse sido bem adaptado, me pareceu que as coisas ficaram mais rápidas e portanto menos chocantes, que os segredos estavam sendo revelados muito rápido e que a conclusão foi menos empolgante.

Os atores tiveram um desempenho bom, Alice Englert conseguiu mostrar toda a  estranheza e mistério de Lena; Emma Thompson teve um desempenho espetacular e exemplar, foi a melhor atriz do elenco na minha opinião; Emmy Rossum também fez um ótimo trabalho como Ridley, apesar das mudanças estéticas; porém há uma pedra nesse sapato: meu comentário sobre a atuação de Alden Ehrenreich, o Ethan, não pode ser diferente, foi simplesmente horrível! O ator não soube passar emoção, não teve expressões que passavam o sentimento do momento e até a forma dele se mover me irritou, o que me faz perguntar o que levou os produtores do filme a escolher ele já que além de não saber atuar não lembrava em nada o personagem do livro.

Minha conclusão sobre Dezesseis Luas é que o filme é bom, apesar dos efeitos meia-boca e a péssima atuação de Alden, porém como adaptação o longa é péssima, quase beirando horrível. Recomendo o filme para aqueles que não leram o livro, para aqueles que leram recomendo que assista com a mente aberta, sabendo que não vai encontrar certos fatos e personagens e que pode ter uma grande decepção ao ver a ótima história dramaticamente mudada.

Original: Beautiful Creatures
Ano: 2013
Direção: Richard LaGravanese
Elenco: Alden Ehrenreich, Alice Englert, Jeremy Irons, Viola Davis,
Emmy Rossum, Tomas Mann e Emma Thompson
Duração: 2 horas e 4 minutos
Gênero: Fantasia, Romance
Classificação: 12 anos
Nota: Filme 4/5 Adaptação 2/5