Cidade do Fogo Celestial, de Cassandra Clare

Título original: City of Heavenly Fire
Autora: Cassandra Clare
Editora: Galera Record
Páginas: 532
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ERCHOMAI, Sebastian disse. Estou chegando. Escuridão retorna ao mundo dos Caçadores de Sombras. Enquanto seu povo se estilhaça, Clary, Jace, Simon e seus amigos devem se unir para lutar com o pior Nephilim que eles já encararam: o próprio irmão de Clary. Ninguém no mundo pode detê-lo — deve a jornada deles para outro mundo ser a resposta? Vidas serão perdidas, amor será sacrificado, e o mundo mudará no sexto e último capítulo da saga Os Instrumentos Mortais.

É sempre difícil escrever a resenha do último voluma de alguma série que acompanhou desde o início e que gosta muito, o mundo dos Caçadores de Sombras e dos seres do submundo criado por Cassandra Clare me intrigou desde 2010, quando li Cidade dos Ossos não imaginava que esse universo que existia em seis livros se expandiria para nove com o anúncio de uma nova trilogia e depois para doze e agora para cinco séries! Talvez Cassandra tenha se empolgado, mas se todos seus enredos forem tão bons quanto os de Os Instrumentos Mortais e de As Peças Infernais, lerei todos e cada um deles.

Em Cidade do Fogo Celestial encontramos os mesmos personagens que já conhecíamos procurando uma forma de parar o irmão de Clary, Sebastian Morgenstern, de criar um exército de "Crepusculares": Caçadores de Sombras com sangue de demônio, todo o submundo está ameaçado, o exército de Sebastian passa de Instituto à Instituto transformando o maior número de Caçadores que puder, inclusive alguns personagens que já conhecemos à longa data. O livro começa com os personagens da próxima trilogia narrada nesse universo, Emma Cartairs, Julian Blackthorn, Mark Blackthorn e os demais moradores do Instituto de Los Angeles no exato momento em que os Crepusculares chegam ao local. Claro que essa foi uma tacada de mestre, Cassie começou o livro com uma cena de ação, mostrou todo o perigo que corre durante cada palavra do livro e ainda introduziu seus novos personagens fazendo com que os leitores já passem a gostar deles, muito inteligente.

“Sempre haverá aqueles que vão querer defini-lo com base no sobrenome que carrega ou no sangue que corre em suas veias. Não deixe que outros concluam quem você é. Conclua você mesmo.”

Como sempre, a Clave parece não estar muito interessada em agir para parar o que deve ser parado, eles recuam todos os Caçadores de Sombras para a área considerada de maior proteção: Idris, mas essa proteção não parece ser forte o suficiente para conter Sebastian e é então que nossos heróis devem entrar em ação, tomando atitudes ariscadas e indo contra às Leis para descobrir como e onde ele estava escondendo seu exército.

Diante de ameaças constantes, Clary, Jace, Simon, Isabelle e Alec partem em uma jornada incerta em um reino demoníaco com a intenção de salvar o mundo dos Caçadores de Sombras e as pessoas que estavam sob posse de Sebastian. A cada página tudo parece ficar mais e mais perigoso, mais sombrio e cada vez mais incerto e louco.

“Heróis nem sempre são os que vencem. Algumas vezes, são os que perdem, mas eles continuam lutando, continuam voltando. Não desistem. É isso que faz deles heróis.”

A minha opinião sobre esse livro é bem diferente do que eu achei que seria. Eu pensava que na resenha eu viria e me deixaria escrever mil e um elogios sobre o desfecho de uma das minhas sagas preferidas, acontece que eu não sentiria sinceridade se fizesse isso, eu gostei do livro, gostei do enredo e dos personagens novos, mas Cidade do Fogo Celestial é o único livro de Cassandra Clare que eu não consigo dar a nota máxima. Como eu disse, eu gostei bastante do livro, Cassie manteve sua narrativa impecável, o enredo bem feito e personagens bem criados, porém eu esperava bem mais para o fim da série, algo épico assim como o de Princesa Mecânica, ou então algo explosivo, mas o que senti foi que Clare estava mais preocupada em introduzir os personagens e enredo de The Dark Artificies do que finalizar a história dos personagens de Os Instrumentos Mortais.

Não é por isso que desgostei do livro, só esperava mais. Achei tudo bem bolado e o ápice bem sentimental e envolvente. Algumas coisas que acontecem foram bem chocantes, mas estranhei a forma que, poucas páginas depois, isso já pareceu estar resolvido e de volta ao seu lugar. Não sei se foi só eu que encontrei esses pontos negativos, vejo muitos fãs satisfeitos com o fim, mas não consigo encontrar o motivo por falarem que é devastador, emocionante e deprimente.

Enfim! Mais uma série de Cassandra Clare concluída, agora só faltam ver o que The Dark Artificies, The Last Hours, The Wicked Powers e todos os outros livros deste mundo nos proporcionará. (Vou juntar dinheiro para comprar uma estante nova para colocar esses livros juntos).

"Livremente servimos, Porque livremente amamos,  
Conforme nosso arbítrio de amar ou não, Assim nos erguemos ou caímos."

3.9 de 5